O resgate...

Gente, um dia desses aconteceu uma coisa muito engraçcada!! Alguns amigos meus já conhecem essa história, mas vale a pena contar de novo...

No dia do ocorrido, o Guilherme me acordou cedinho e perguntou se eu ía levá-lo ou se ele iria ficar com o carro. A minha preguiça era tão grande, que eu falei pra ele ir e ficar com o carro. E eu voltei a dormir... Quando eu acordei, estava chovendo e a chuva só aumentou... Imaginem aquela chuva que deixa tudo branco, então... Era assim que estava... Nem o jardineiro que estava aqui em casa ficou, pois não dava pra ele trabalhar... E eu só pensava em como iria dar a aula das 10h... A escola fica bem pertinho da minha casa, mas com aquela chuva, ía ser horrível ir andando...

Felizmente, a chuva passou!! E o sol abriu!! Aqui acontece muito isso, cai o maior toró, pára e abre o sol! Ficou um dia lindo!!

Chegou a hora da minha aula, me arrumei e saí de casa. Até peguei um guarda-chuva, porque, apesar do sol que abriu, tinha um chuvisco bem fininho... O caminho que tenho que fazer para chegar até a escola é assim: mais ou menos 200 metros reto na minha rua mesmo (duas quadras), viro para a esquerda e ando mais 50 metros. Super perto!! Ah! Esqueci de contar que as ruas aqui, mesmo as que são asfaltadas são cobertas de terra vermelha e com mato na lateral... Tirei uma foto da rua da minha casa, pra vocês verem como é, mas quando tirei a foto não estava mais alagada...

PS: Impossível tirar uma foto das ruas aqui e não ter alguma bicicleta...

Pois bem, andei cerca de 100 metros (a primeira quadra) e logo vi que a metade da segunda quadra pra frente estava alagada... Deu vontade de virar e voltar... Mas, como a minha amiga Sheila falou, eu sou muito Caxias para fazer isso... Continuei andando, encontrei um lugar que daria para eu atravessar até um ponto sem água, de forma que eu só enfiasse meus dois pés uma só vez na água. E foi por onde eu passei. Sorte que eu estava com uma bota fechada e foi tão rápido que não deu tempo nem da água entrar no sapato. Ah! E não era de salto, não! hehe

Continuei andando, por essa parte da calçada que não estava alagada. Trata-se de uma parte dentro da própria quadra, que não tem casa, então dá pra cortar caminho por ela. Antes mesmo de chegar na rua da escola, vi que ela estava muito mais alagada que a rua que eu tinha acabado de passar... Não tinha nenhum lugar que desse para eu tentar atravessar, sem que o estrago fosse grande... Só dava pra passar nadando... Ou de voadeira... Então liguei pra escola, pra perguntar se havia algum aluno meu lá. Se não fosse ninguém, eu não ía molhar meus pés, minhas pernas e sei lá mais o quê... Vai que caio... Sei lá se eu escorrego... Eu não sabia se tinha buraco, se não tinha...

Até aquele momento não tinha chegado ninguém, então eu avisei que estava do outro lado da rua (elas até me viram) e que esperaria os alunos. Se ninguém chegasse, eu voltaria dali mesmo. Eu estava tão perto da escola que, depois que desliguei o telefone, ainda dava pra conversar com a dona da escola e com a secretária. Fiquei analisando, principalmente, quando passava bicicleta, pra ver qual era a profundidade da água. Até que não era muito fundo, não. Daria pra passar e molhar só os pés, desde que não caisse... rs... E desde que não passasse nenhum carro ao mesmo tempo.

Fiquei rezando para não aparecer ninguém, mas era meio impossível, pois a turma era de 16 alunos... Pelo menos um ía acabar aparecendo... E foi o que aconteceu... UM apareceu... Esperei mais um pouquinho e liguei pra escola de novo, pra perguntar se teria aula com UM aluno, mas eu já estava me conformando que teria que atravessar. Afinal, não seria justo esse UM aluno ter se esforçado para estar lá, se molhar e a "bonita" da professora não dar aula poruque não quer molhar os pezinhos... De qualquer forma, quando estava ligando, chegaram mais alguns alunos... Aí não tinha mais jeito mesmo... Então avisei que já estava arregaçando minhas calças para atravessar... Ai... Imaginem a cena!!! Mas, antes de eu desligar o telefone, a Aline (secretária) me avisou que não precisava, pois a Lucienne (dona da escola) tinha pedido para o pai de uma das alunas que estava lá ir resgatar a professora que estava do outro lado da rua já fazia meia hora: EU!!

kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

E foi assim que consegui atravessar 20 metros de alagamento, na garupa da moto do pai de uma das alunas!! Ele até falou pra eu levantar os pés para não espirrar água. hehe

Detalhe, mais da metade da turma conseguiu chegar para assistir a aula!!

Ah!! Depois disso, todos os dias eu levanto feito uma zumbi para levar o Guilherme de carro até o quartel, só pra ficar com o carro... rs...